Hoje quero ler...
Sandro Botticelli, Primavera
Todo o amor se inventa
Todo o amor se inventa, se alimenta
de um gesto pressuroso que deslaço
De uma rosa que súbito fragmenta
outro fragor de uma fragrância em Março.
Todo o amor renasce nesta boca
que obsessiva o canta e o cativa
E em Abril se gera parva a força
onde a verde ilusão se mantém viva.
A todo o amor eu rendo o meu tributo
E tudo esmero: a fé na utopia
A bruta hibernação, a longa espera.
Mas o meu coração é mais astuto
-Simula não viver o dia a dia
para entregar-se inteiro à Primavera.
Nuno de Figueiredo
10 Comentaram:
É tão bom passar uma bela tarde no sossego e na companhia de um bom livro.
Boa tarde de domingo.
Bjs.
Lindo o poema para uma tarde de Primavera;) Muitos beijos:))***
Querida Lique
Ler é preparar o espírito para a escrita...
Um beijo
Daniel
Que maravilha. Escolha perfeita, querida Lique. Beijinhos muitos :)
Era una noche azul; la primavera
inundaba mis sienes y mis manos,
y era el mundo, muchacha, un fruto inmenso,
cálido, abierto, mudo y entregado.
Sentí mi carne desprenderse, irse
por el paisaje misterioso y claro,
mi sangre fue con los arroyos lentos,
mi corazón perdióse en el espacio.
Era hermoso en la piel sentir el roce,
hecho leve suspiro, de los astros,
y tener en la mano, dulcemente,
un murmullo de nubes y de pájaros.
Me fundí con el aire, con las cosas,
sentí el fondo del mundo entre los labios
y palpité, en la noche inmensa, grande,
como un tremendo arcángel derramado
RAFAEL MORALES
(que bom que é primavera!)
Muito bonito o poema. O hino ao amor vem sempre do coração! Embora, o amor não se invente, porque é "aquilo que nós somos"…
Olá lique
Aqui apresentas uma combinação perfeita entre o quadro e o poema.
Excelente!
Bjs
K belo soneto. vale smp apena ler. Boa semana. Bjs e ;)
Poema Lindo, Lique! Há alturas em que ler também sabe bem e lava a Alma. Há alturas em que os nosso pensamentos registados em palvras têm uma tonalidade diferente. Daí que o ler uma vriaçao de outrém seja a possiblidade de pormos os nossos sentimentos e emoções ao espelho. :)**
"Por que nome chamaremos
quando nos sentirmos pálidos
sobre os abismos supremos?
De que rosto, olhar, instante,
veremos brilhar as âncoras
para as mãos agonizantes?
Que salvação vai ser essa,
com tão fortes asas súbitas,
na definitiva pressa?
Ó grande urgência do aflito!
Ecos de misericórdia
procuram lágrima e grito,
- andam nas ruas do mundo,
pondo sedas de silêncio
em lábios de moribundo."
(Cecília Meireles in Por que nome chamaremos)
Sabe tão bem ler-te...
Abraço nesta manhã em que estou tão triste, e sei lá dos motivos...
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